A Importância de entrar bem...

... e de ser bem acolhido!

Vem aí um novo ano lectivo e, já se sabe, com muitas movimentações. Há colegas que saem, há colegas chegam, situação que pode mexer com as suas emoções e com o seu estado de espírito. Se calhar também lhe tocou mudar de escola e no início de Setembro chegará à sua nova escola desconhecendo colegas, funcionários, pais, crianças e tudo o resto. A situação poderá ser ainda mais delicada se vários aspectos da sua vida sofrerem alterações importantes, fruto da colocação de professores neste concurso de professores. Apesar de tudo, a vida continua, e convém trabalhar estas emoções de maneira a evitar que lhe preguem uma partida desagrável no início do novo ano lectivo.
Face à inevitabilidade da mudança, o melhor a fazer será encontrar pontos positivos decorrentes da mesma, mas tal só será possivel se se permitir alguma abertura de espírito. Lembre-se que posições derrotistas, além de não terem qualquer utilidade (porque não ajudam em nada!), têm ainda o inconveniente de funcionarem como travão a qualquer passo positivo. Se é este o seu caso, trabalhe a seu favor! Esforce-se por manter uma atitude positiva.
Entrar com o pé direito no novo ano lectivo, é por isso, muito importante. Entrar bem é fundamental mas receber bem os colegas que chegam, também! Os primeiros passos para a criação de um bom ambiente de trabalho, é tarefa, quer para quem chega, quer para quem se mantém na mesma escola.
A primeira impressão é mesmo importante! Se chegar à sua nova escola, mal humorado(a), porque ficou longe de casa, porque gostava muito da sua escola anterior, porque tem muitas saudades dos meninos, porque os seus colegas eram fantásticos, porque ali era tudo muito fixe (etc, etc, etc), dificilmente será agradável para quem o(a) recebe. A mensagem que estará a enviar aos novos colegas, com todas essas lamúrias (sobretudo se forem persistentes e deixar que se torne a sua imagem de marca), será a de alguém que tem por certo que ali não encontrará nada daquilo, e por isso despreza à partida, tudo e todos.
Não é simpático, pois não? Muito menos será uma boa entrada e estará com isso a condicionar, logo desde o primeiro contacto, a qualidade da relação que irá estabelecer com os novos colegas.

Na mesma medida, se os seus colegas, de quem gostava tanto, se foram embora e outros novos vieram substituí-los, deverá ter atenção para que os recém chegados não se sintam a mais. Como alguém que veio ocupar (tirar!) o lugar do(a) colega amigo(a). Quer num caso, quer noutro, a qualidade do contacto que se estabelece logo desde o início, condicionará as relações que se virão a desevolver durate o ano e consequentemente a qualidade do ambiente de trabalho. Em suma: ajude-se, ajudando!
Evite armadilhas que são fáceis de criar mas dificeis de ultrapassar:
  • Mostre-se simpático(a) com todos e evite formar uma opinião acerca da personalidade do outro, logo no primeiro contacto. Até quebrar o gelo e sentirem-se à-vontade, mesmo os mais simpáticos podem parecer frios e distantes. A adaptação é para todos. A forma como se expressam nessa fase, é que varia.
  • Não entre a matar! Querer mudar tudo de repente, questionar isto e aquilo e mais qualquer coisa, fazer comentários pouco simpáticos sobre colegas ou funcionários e colocar em dúvida opções tomadas anteriormente, não despertará simpatias. Dê tempo a si próprio(a) para perceber o porquê das coisas e se for o caso, contribua para a mudança, mas sem dar a impressão de que se acha o(a) salvador(a) da pátria e sobretudo, sem criar fricções com as pessoas à sua volta.
  • Evite fazer um relatório detalhado sobre as qualidades e defeitos dos colegas e funcionários ao colega que acabou de chegar. A sua percepção das coisas, as suas simpatias e antipatias podem não encontrar eco no(a) recém chegado(a). É apenas a sua visão! A sua opinião é resultado da sua experiência. Deixe que os novos colegas vivam as suas e contruam opiniões próprias. Com essa atitude poderá incentivar preconceitos desajustados, minando à partida as relações que o(a) novo(a) colega possa criar com as pessoas à sua volta.
  • Cada Agrupamento, sua sentença! Cada um funciona à sua maneira e isso pode criar alguma confusão em quem chega. Ajude-o(a) a perceber como funcionam as coisas, quais são os procedimentos habituais, onde se deve dirigir e a quem. Geralmente são as coisas mais básicas que levantam dúvidas e por vezes, por timidez, não se pergunta. Seja prestável. É bom sentir-se acompanhado até nas questões mais simples.
O início do ano acarreta sempre a necessidade de adaptação, algo que não acontece só com as crianças. Acontece também com os adultos. Minimizar os efeitos negativos dessa experiência deverá ser uma prioridade para todos, sobretudo, porque de uma forma ou de outra, tocará a todos sentir os seus efeitos. Vale a pena fazer um esforço. Faça-o pelos outros, mas faça-o, sobretudo, por si.

4 comentários:

Glicéria Gil disse...

Olá Albertina,
Votos de um bom regresso! Bem oportuno e útil este post. Esperemos que a maioria dos leitores siga estas indicações ... minimizava-se muito mal estar que por aí anda... apesar de eu continuar a acreditar, que a organização dos contextos educativos e a cultura que somos/fomos adquirindo ao longo destes anos contribuiu muito significativamente para que ainda hoje tenhamos que relembrar aos outros, e a nós próprios, como devemos caminhar em prol de uma cidadania construtiva.
abraço

M. Jesus Sousa (Juca) disse...

Olá Albertina,

Obrigada por nos ter facultado a leitura deste texto; não é muito comum vermos estas coisas escritas, mas considero que foi muito oportuna e importante esta postagem.

É claro que, inicialmente, tendemos a pensar que "não é para nós", para não faz nada mal ler atentamente, repensar atitudes e procurar fazer melhor!

Um bom início de ano lectivo!

Bjs, Juca

Albertina disse...

Glicéria e Juca, quem já sentiu na pela o impacto de uma má recepção, perceberá muito melhor a utilidade desta reflexão. Mas infelizmente, mesmo com muito boas intenções, também há quem com as suas "opiniões" faça mais estragos do que bem. Vale mesmo a pena reflectir sobre estas coisas. Obrigada a ambas e continuação de boas férias.

Natércia Lima disse...

Muitos parabéns por esta reflexão e pelas anteriores. Realmente, como disse a colega Juca, não é costume escrever-se sobre estas coisas e no entanto são questões que fazem parte do nosso dia a dia e das nossas preocupações. Espero que continue a presentear-nos com temas tão pertinentes. Obrigada e bjinhos.

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